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Nesta terça (23), Otan assinou compra de 1,1 bi de euros em munições do tipo do projétil utilizado no ataque ucraniano. Na semana passada, aliança fez maior convocação de soldados desde a Guerra Fria para treinamento que simulará ataque russo. Soldados ucranianos improvisam munição de artilharia em drone para atacar alvos russos
Um vídeo divulgado do Exército ucraniano nesta terça-feira (23) mostra soldados amarrando uma munição de artilharia de 155mm em drones para atacar alvos russos. Detalhe: os drones também são constituídos de forma improvisada. (Veja no vídeo acima)
A munição utilizada pelos ucranianos no vídeo é a mesma da qual a Otan anunciou nesta terça a compra de 1,1 bilhão de euros (cerca de R$ 6,5 bilhões de reais) em 220 mil novos projéteis. Segundo a aliança militar do Ocidente, alguns desses armamentos serão fornecidos à Ucrânia após Kiev relatar escassez de munições.
No vídeo, o militar ucraniano do esquadrão “Raroh” usa um controle remoto e óculos virtuais para operar remotamente o drone improvisado a partir de um esconderijo enquanto tem um gato em seu colo.
“Você deveria ter voado mais longe”, diz um colega de Sam, soldado ucraniano que operou o drone. “Cara, voei sem sinal por mais de quatro minutos”, responde ele. No início de outro voo, o operador reclama do retorno da câmera acoplada ao drone: “não tem vídeo”.
Soldado ucraniano amarra munição 155mm de artilharia em drone.
Reprodução
Sam relata que os drones operados por ele são improvisados, com reparos e peças de outros aparelhos.
“Os problemas mais comuns estão relacionados ao link de vídeo e aos controles dos drones, muitos deles causados por peças de baixa qualidade frequentemente utilizadas para tornar os drones ainda mais acessíveis”, diz o soldado.
O soldado “Fest”, que cuida dos drones, afirma que a improvisação é inevitável e acrescenta: “mesmo que o drone não consiga alcançar o armamento [russo], ainda pode voar até o abrigo mais próximo e entregar um ‘presente'”.
“Guerra por munição”
A Agência de Apoio e Aquisição da Otan (NSPA) fechou o acordo em nome de diversos membros da aliança, que repassarão os projéteis para a Ucrânia ou os utilizarão para reabastecer seus próprios inventários esgotados.
“A guerra na Ucrânia tornou-se uma batalha por munição. Portanto, é importante que os aliados reabasteçam seus próprios estoques enquanto continuamos a apoiar a Ucrânia”, disse o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, em coletiva após a assinatura do contrato na sede da Otan em Bruxelas.
Secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, durante entrevista coletiva em Bruxelas
Yves Herman/REUTERS
O Ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, afirmou na semana passada que a falta de munição era um grande problema para as tropas de Kiev quase dois anos após a invasão em larga escala da Rússia.
Um oficial da Otan identificou os compradores como Bélgica, Lituânia e Espanha, que se uniram para se beneficiar dos preços mais baixos garantidos pela compra em grande quantidade.
O contrato deve resultar em cerca de 220.000 projéteis de artilharia, com as primeiras entregas previstas para o final de 2025, informou o oficial à Reuters.
As munições serão fornecidas pela fabricante francesa Nexter e pela alemã Junghans, de acordo com uma fonte do setor.
Desde que a OTAN iniciou um programa para abordar as deficiências nos estoques militares dos aliados em julho passado, a NSPA fechou acordos no valor de cerca de 10 bilhões de dólares (cerca de R$ 49,6 milhões), disse Stoltenberg. Isso incluiu projéteis de artilharia e tanques, além de mísseis de defesa aérea Patriot.
Em uma reunião em fevereiro, os ministros da Defesa da Otan devem discutir outras maneiras de intensificar a produção industrial, que o chefe da Otan descreveu como absolutamente necessária para permitir o contínuo apoio ocidental a Kiev.
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