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Direito ao voto não assegura legitimidade ao vencedor em países em que a autocracia está arraigada e o resultado já se definiu antes da abertura das urnas. Mulher se prepara para votar em seção durante eleições presidenciais e parlamentares de Taiwan, em 13 de janeiro de 2024
Ann Wang
Foi aberta a temporada eleitoral de 2024, marcada pelo recorde no número de pleitos: eleitores de mais de 50 países irão às urnas este ano, representando metade da população mundial.
Seria uma boa notícia, se o direito ao voto, por si só, assegurasse o reforço para a manutenção da democracia no planeta, mas não é o que acontece.
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Em Taiwan, por exemplo, os eleitores demonstraram, pela terceira vez seguida, que não querem se submeter à China, ao escolherem o atual vice-presidente Lai Ching-te para governar a ilha.
A vitória de Lai, considerado um perigoso separatista por Pequim, antevê mais quatro anos tensos nas relações entre a ilha chinesa governada de forma autônoma desde 1949 e o continente. A dura derrota do presidente Xi Jinping foi acompanhada de um curto aviso do governo: “Taiwan faz parte da China.”
O caucus republicano em Iowa deu a largada na segunda-feira (15) à maratona eleitoral nos EUA, que promete ser um repeteco de 2020, com Joe Biden e Donald Trump novamente à frente da disputa pela Casa Branca. Até a eleição, em novembro, haverá outra batalha paralela — a que o ex-presidente enfrenta nos tribunais, réu em 91 acusações distribuídas em quatro processos.
O volume e a gravidade dos crimes em que é acusado deveriam ser suficientes para minar as chances de Trump, mas ele se firma como o forte pré-candidato a ganhar a indicação republicana. As aparições do ex-presidente nos tribunais permitem que ele aproveite para encarnar o papel de vítima e sensibilizar a sua base.
Trump passa Biden em pesquisas sobre eleições de 2024 nos EUA
A média das pesquisas do site FiveThirtyEight indica que a estratégia vem funcionando: 60,4% dos republicanos apoiam Trump, bem à frente de seus adversários, o governador da Flórida, Ron DeSantis (12,1%) e a ex-embaixadora da ONU Nikki Haley (11,7%).
Na disputa final, as pesquisas mostram o empate entre Biden e Trump, com uma diferença em relação a 2020: ambos são menos populares entre seus apoiadores, o que indica o desgaste do eleitor americano em relação ao processo eleitoral.
Se a campanha eleitoral se revela volátil e tóxica e representa um novo teste à democracia americana, o mesmo não se pode dizer de países onde a autocracia se arraigou e as cartas já estão definidas. As eleições da Rússia, em março, têm Vladimir Putin, há 20 anos, como vitorioso certo, já que os principais adversários foram varridos da cena política.
A Venezuela ainda não marcou a data do pleito, onde, por enquanto, apenas o presidente Nicolás Maduro está no jogo e domina o processo. A ex-deputada Maria Corina Machado é a favorita entre os eleitores, mas até agora está inabilitada pelo regime para concorrer.
Com eleições legislativas marcadas para março — as primeiras após a convulsão social causada pela morte da jovem Masha Amini – o Conselho dos Guardiães do Irã já desqualificou pelo menos um terço dos candidatos, a exemplo de pleitos anteriores.
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, não deveria concorrer à reeleição, mas seus aliados do Tribunal Constitucional garantiram uma manobra que permitirá que ele, como claro favorito por sua cruzada contra a criminalidade, obtenha o segundo mandato em fevereiro.
Estas e outras distorções disseminadas por regimes autoritários atropelam claramente o jogo democrático. Servem para dar um verniz ao processo eleitoral, mas acabam, sempre, por minar a legitimidade dos vencedores.
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