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Bernardo Arévalo chega à presidência após vencer as eleições de agosto por uma margem confortável e em meio à resistência de promotores. Apoiadores do presidente eleito Bernardo Arévalo se reúnem na Praça da Constituição, na Cidade da Guatemala.
Reuters
Bernardo Arévalo, novo presidente da Guatemala, foi empossado na madrugada desta segunda-feira (15) após quase nove horas de atraso. Ele tomou posse do novo cargo depois de um dia caótico no país, com disputadas políticas no Congresso e protestos de apoiadores.
Arévalo chega à presidência após vencer as eleições de agosto por uma margem confortável. Apesar do resultado favorável, ele vem enfrentando resistência de diversos promotores ligados ao governo anterior.
Uma semana depois de sua vitória, os promotores entraram com uma ação para tentar suspender o partido pelo qual ele foi eleito, o que implicaria acabar com o apoio dele no Legislativo.
Apesar de centenas de apoiantes de Arévalo terem pressionado os legisladores para que seguissem a Constituição, o processo de tomada de posse arrastou-se durante horas. Alguns eleitores entraram em confronto com a tropa de choque no exterior do edifício do Congresso no domingo (14).
Tensão no Congresso atrasa posse de Arévalo como presidente da Guatemala.
Reuters
Promotores x novo presidente
Sociólogo, ex-diplomata e filósofo de 65 anos, Arévalo passou inesperadamente para o segundo turno presidencial no ano passado para enfrentar uma candidata conservadora aliada ao governo. Ele venceu com 60% dos votos, em uma campanha com mensagens anticorrupção.
Desde então, Arévalo enfrentou uma ofensiva judicial que ele denunciou como um “golpe de Estado”, envolvendo a elite política e econômica que tem governado o país por décadas.
O Ministério Público tentou retirar sua imunidade como presidente eleito, desmantelar seu partido progressista e anular as eleições, alegando irregularidades eleitorais.
A investida foi condenada pela ONU, OEA, União Europeia e Estados Unidos, que sancionaram centenas de promotores, juízes e deputados por “corrupção” e por “minar a democracia”.
A Guatemala que Arévalo herda ocupa o 30º lugar entre 180 países no ranking de corrupção da Transparência Internacional e tem 60% de seus 17,8 milhões de habitantes vivendo na pobreza, um dos índices mais altos da América Latina.
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