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O presidente equatoriano, Daniel Noboa, decretou estado de exceção no país na segunda-feira, depois da fuga da prisão de um criminoso conhecido como Fito, chefe do grupo Los Choneros. O Ministério Público acusa funcionários do próprio presídio de terem facilitado a fuga. No Equador, pessoas invadem estúdio de TV estatal
Homens armados e com os rostos escondidos entraram nos estúdios do canal de TV TC Televisión, da cidade de Guayaquil, no Equador, nesta terça-feira (9).
A polícia do Equador afirmou na rede social X que está se dirigindo ao local.
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Segundo o site Ecuavisa, os homens mantiveram pessoas como reféns e houve disparos dentro do estúdio, com o sinal ao vivo.
O país vive uma crise de segurança há dois dias. O presidente equatoriano, Daniel Noboa, decretou estado de exceção na segunda-feira, depois da fuga da prisão de um criminoso conhecido como Fito, chefe do grupo Los Choneros. O Ministério Público acusa funcionários do próprio presídio de terem facilitado a fuga.
Sete policiais foram sequestrados durante o estado de exceção ordenado pelo governo na segunda-feira, em meio a um surto de violência ligado ao narcotráfico.
Nesta terça-feira (9), as autoridades relataram a fuga de outro líder do tráfico: Fabricio Colón Pico, um dos líderes de Los Lobos, preso na sexta-feira pelo crime de sequestro e por sua suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral do país.
Segundo as autoridades, sete policiais foram sequestrados em Machala, Quito e na província de Los Ríos. Houve também explosões contra uma delegacia, a casa do presidente do Tribunal Nacional e veículos incendiados. Não há relatos de mortes ou feridos.
Novo presidente
Noboa, de 36 anos, é o presidente mais jovem do Equador e chegou ao poder com a promessa de atacar com firmeza os grupos de traficantes, ligados a cartéis colombianos e mexicanos.
O estado de exceção estará em vigor por 60 dias em todo o país, incluindo nas penitenciárias. A medida inclui um toque de recolher de seis horas, entre 23h e 5h, horário local (das 01h às 07h em Brasília).
‘Não vamos negociar’
Policiais e militares procuram Fito desde domingo. Ele cumpria pena de 34 anos na Penitenciária Regional de Guayaquil por crime organizado, tráfico de drogas e homicídio. O grupo “Los Choneros” compete com outras 20 quadrilhas pelas rotas do tráfico de drogas.
O Ministério Público denunciou dois agentes penitenciários pela sua suposta responsabilidade na fuga do criminoso de 44 anos, que obteve o título de advogado na prisão.
A sede presidencial e as estações de metrô de Quito estão militarizadas.
A declaração de estado de exceção permite às Forças Armadas intervir no sistema prisional, onde na segunda-feira se registrou a retenção de um número indeterminado de guardas. O órgão que o administra (SNAI) não indicou se foram libertados.
“Não vamos negociar com terroristas nem descansaremos até devolvermos a paz aos equatorianos”, alertou Noboa em vídeo publicado em sua conta no Instagram. O presidente atribuiu o ataque às prisões como uma retaliação por suas ações para “recuperar o controle oficial” dos presídios.
Noboa anunciou na semana passada que construirá dois presídios de segurança máxima nas províncias de Pastaza e Santa Elena , ao estilo das construídas pelo presidente salvadorenho, Nayib Bukele, em sua guerra contra as gangues.
Nesta terça-feira, indígenas da Amazônia convocaram protestos pacíficos para rejeitar este projeto prisional em seu território biodiverso e produtor de petróleo.
Crise ‘sem precedentes’
Aos sequestros dos agentes na noite de segunda se somam explosões em Esmeraldas (nordeste e perto da fronteira com a Colômbia), uma das províncias equatorianas controladas por máfias. Várias pessoas lançaram um artefato explosivo perto de uma delegacia e dois veículos foram queimados em outros locais, sem deixar vítimas.
Em Quito, um veículo explodiu e um dispositivo foi detonado perto de uma ponte de pedestres. Seu prefeito, Pabel Muñoz, pediu ao Executivo a “militarização” de instalações estratégicas ante a “crise de segurança sem precedentes”.
Localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador deixou de ser uma ilha de paz para se tornar um forte de guerra às drogas. O ano de 2023 terminou com mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, novos recordes no país de 17 milhões de habitantes.
Desde 2021, os confrontos entre presidiários deixaram mais de 460 mortos. Além disso, os homicídios nas ruas entre 2018 e 2023 cresceram quase 800%, passando de 6 para 46 por 100 mil habitantes.
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VÍDEO: homens armados invadem TV no Equador; país vive caos após criminoso fugir de prisão e presidente decretar estado de exceção
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